o tempo.
termina. começa. machuca. não recupera. cura. surpreende. não para.
28 de dezembro de 2011
"A única escolha é ser feliz ou não. É isso que está sendo vendido como o único programa: quanto prazer você pode ter, quão feliz pode ser. Só que felicidade pode ser como uma droga, nunca satisfaz, você quer sempre mais. Há coisas muito mais importantes que a felicidade: justiça, generosidade, gentileza."
Adam Phillips, psicanalista britânico.
Adam Phillips, psicanalista britânico.
24 de setembro de 2011
10 de agosto de 2011
ela não gostava de notícias cheias de surpresas. ele sempre foi curioso. fazia tempo que não se falavam ao vivo, só por telefone. e ele disse: precisamos conversar, é importante e tem que ser cara a cara. então desligou, sem ao menos dizer tchau nem o lugar do encontro. e ela, que não era curiosa, roeu todas as suas unhas recém feitas.
não sabia onde era o encontro, não queria ligar de volta pra não mostrar ansiedade, não imaginava o teor da conversa e preferia que esse telefonema não tivesse acontecido.
dois dias depois ele voltou a ligar, com a mesma pressa e sem dar pistas sobre o que queria dizer. mas dessa vez disse onde era pra se encontrarem e ela foi.
ela chegou no parque de patinete, seu novo xodó. ele chegou de carro, terno e suando frio. ela ficou desesperada quando percebeu que a notícia era mais séria do que ela imaginava. subiu no patinete e foi em sua direção.
agora estavam cara a cara, como ele havia pedido. sem dizer uma palavra ele a abraçou, chorou, tirou o paletó, limpou o suor frio da testa com a mão. continuaram em silêncio e seguiram andando pelo parque. nenhuma palavra foi dita. nenhum suspiro foi dado. continuaram andando.
depois de algum tempo ele segurou a sua mão, mas nenhuma palavra era dita. ela não aguentava mais, precisava saber o motivo daquele choro, daquele suor. ele sempre foi tão reservado, tão seguro e de repente estava ali tão vulnerável...
resolveram sentar perto do lago, ele a abraçou de novo, chorou de novo. não suava mais, parecia um pouco mais calmo. mas aquele choro apertava seu coração. como ela poderia ajudar ele sem ao menos saber o que o deixara tão triste.
deitou no seu colo, olhou para o céu e viu a lua já a postos, mesmo às quatro e meia da tarde. o céu estava aberto, o dia alaranjado, mas nos olhos dele o dia estava pesado e triste. e ela não queria se precipitar e perguntar o que ele tanto precisava falar. e ficaram ali, em silêncio, ouvindo os sons da cidade, que rodeava o parque. ela então resolveu deitar na grama, com ele apoiado sobre seu colo. e ficaram ali quietos, esperando o sol se pôr.
quando ele disse que precisava ir, ela não questionou. não perguntou o que ele tanto precisava falar. ele confirmou que o porto seguro dele era ela. que ela o tinha como amigo sem querer nada em troca. o telefone dele tocou, ele se afastou pra falar.
quando o sol já tinha ido totalmente embora ele a tomou nos braços e a beijou. ela não esperava, nem queria aquele beijo. sentiu que foi uma despedida. despedida do que? ela nem sabia ao certo. nunca foram namorados, haviam se beijado algumas vezes, eram amigos e na carência se tornavam verdadeiros amantes mas eram adultos e sabiam que não existia nada além disso. achavam?
seguiram de volta para o carro dele. de lá ela seguiria pra sua casa e ele para dele. ela então perguntou: está melhor? o que está acontecendo? ele então a segurou com firmeza pelo braço, olhou bem nos seus olhos e disse: vou me casar e não podemos mais nos ver.
ela ficou muda. ele chorava. ela não entendia nada. pensava e sorria com certa ironia "será que estou em um filme de almodovar?". queria chorar, mas não sabia ao certo porque. ela achava que eles eram só amigos mas ele estava muito abalado. ela então chorou profundamente no ombro dele, sendo afagada. eles eram cumplices, amigos e agora teriam que se distanciar, mas porque?
ela subiu novamente no seu patinete e seguiu para sua casa. era perto do parque, ela não queria carona. mas aquilo martelava na sua cabeça. ia casar. ela não sabia que ele estava namorando. nem noivo. nem que pretendia casar. que loucura era essa? o que estava acontecendo?
então ela percebeu que eles se amavam e que ali era o fim daquele amor. eles moravam na mesma cidade, tinham alguns amigos em comum e isso faria com que eventualmente se encontrassem, mas ela não queria mais pensar nisso. e chegou em casa e escreveu. e chorou. e sarou.
meses depois ela recebeu um email dele contando sobre a vida. que havia casado no fim de semana seguinte que tinha estado com ela, que estava de mudança pra boston, sua esposa estava grávida e queria ficar perto dos pais. e entre outras atualizações pessoais virtualmente, ele se despediu e prometeu sempre mandar notícias. ela chorou. queria notícias sim, era seu amigo e ela o queria bem. não entendia direito o porque da necessidade de não se verem, mas aceitava.
assim ficaram por quase dois anos, quando eles se encontraram na california. ele de ferias com a familia, ela de lua de mel. no momento que se encontraramm ao acaso estavam desacompanhados. se abraçaram e sentaram pra tomar um café. conversaram muito, atualizaram suas vidas. e então ele chorou.
mais uma vez foi triste. dessa vez se abraçaram e nunca mais voltaram a se encontrar. e assim ficaram.
não sabia onde era o encontro, não queria ligar de volta pra não mostrar ansiedade, não imaginava o teor da conversa e preferia que esse telefonema não tivesse acontecido.
dois dias depois ele voltou a ligar, com a mesma pressa e sem dar pistas sobre o que queria dizer. mas dessa vez disse onde era pra se encontrarem e ela foi.
ela chegou no parque de patinete, seu novo xodó. ele chegou de carro, terno e suando frio. ela ficou desesperada quando percebeu que a notícia era mais séria do que ela imaginava. subiu no patinete e foi em sua direção.
agora estavam cara a cara, como ele havia pedido. sem dizer uma palavra ele a abraçou, chorou, tirou o paletó, limpou o suor frio da testa com a mão. continuaram em silêncio e seguiram andando pelo parque. nenhuma palavra foi dita. nenhum suspiro foi dado. continuaram andando.
depois de algum tempo ele segurou a sua mão, mas nenhuma palavra era dita. ela não aguentava mais, precisava saber o motivo daquele choro, daquele suor. ele sempre foi tão reservado, tão seguro e de repente estava ali tão vulnerável...
resolveram sentar perto do lago, ele a abraçou de novo, chorou de novo. não suava mais, parecia um pouco mais calmo. mas aquele choro apertava seu coração. como ela poderia ajudar ele sem ao menos saber o que o deixara tão triste.
deitou no seu colo, olhou para o céu e viu a lua já a postos, mesmo às quatro e meia da tarde. o céu estava aberto, o dia alaranjado, mas nos olhos dele o dia estava pesado e triste. e ela não queria se precipitar e perguntar o que ele tanto precisava falar. e ficaram ali, em silêncio, ouvindo os sons da cidade, que rodeava o parque. ela então resolveu deitar na grama, com ele apoiado sobre seu colo. e ficaram ali quietos, esperando o sol se pôr.
quando ele disse que precisava ir, ela não questionou. não perguntou o que ele tanto precisava falar. ele confirmou que o porto seguro dele era ela. que ela o tinha como amigo sem querer nada em troca. o telefone dele tocou, ele se afastou pra falar.
quando o sol já tinha ido totalmente embora ele a tomou nos braços e a beijou. ela não esperava, nem queria aquele beijo. sentiu que foi uma despedida. despedida do que? ela nem sabia ao certo. nunca foram namorados, haviam se beijado algumas vezes, eram amigos e na carência se tornavam verdadeiros amantes mas eram adultos e sabiam que não existia nada além disso. achavam?
seguiram de volta para o carro dele. de lá ela seguiria pra sua casa e ele para dele. ela então perguntou: está melhor? o que está acontecendo? ele então a segurou com firmeza pelo braço, olhou bem nos seus olhos e disse: vou me casar e não podemos mais nos ver.
ela ficou muda. ele chorava. ela não entendia nada. pensava e sorria com certa ironia "será que estou em um filme de almodovar?". queria chorar, mas não sabia ao certo porque. ela achava que eles eram só amigos mas ele estava muito abalado. ela então chorou profundamente no ombro dele, sendo afagada. eles eram cumplices, amigos e agora teriam que se distanciar, mas porque?
ela subiu novamente no seu patinete e seguiu para sua casa. era perto do parque, ela não queria carona. mas aquilo martelava na sua cabeça. ia casar. ela não sabia que ele estava namorando. nem noivo. nem que pretendia casar. que loucura era essa? o que estava acontecendo?
então ela percebeu que eles se amavam e que ali era o fim daquele amor. eles moravam na mesma cidade, tinham alguns amigos em comum e isso faria com que eventualmente se encontrassem, mas ela não queria mais pensar nisso. e chegou em casa e escreveu. e chorou. e sarou.
meses depois ela recebeu um email dele contando sobre a vida. que havia casado no fim de semana seguinte que tinha estado com ela, que estava de mudança pra boston, sua esposa estava grávida e queria ficar perto dos pais. e entre outras atualizações pessoais virtualmente, ele se despediu e prometeu sempre mandar notícias. ela chorou. queria notícias sim, era seu amigo e ela o queria bem. não entendia direito o porque da necessidade de não se verem, mas aceitava.
assim ficaram por quase dois anos, quando eles se encontraram na california. ele de ferias com a familia, ela de lua de mel. no momento que se encontraramm ao acaso estavam desacompanhados. se abraçaram e sentaram pra tomar um café. conversaram muito, atualizaram suas vidas. e então ele chorou.
mais uma vez foi triste. dessa vez se abraçaram e nunca mais voltaram a se encontrar. e assim ficaram.
29 de junho de 2011
- você acredita em destino?
- só quando estou bêbada...
- por que?
- ué, porque quando estamos bêbados, acreditamos em muitas bobagens.
- o destino nos uniu e você não aceitou. me deixou sozinho.
- se você realmente acreditasse, saberia que o mesmo destino nos separou.
tomou seu último gole de cerveja, deu um beijo estalado no seu amigo e partiu atrás de um táxi.
- só quando estou bêbada...
- por que?
- ué, porque quando estamos bêbados, acreditamos em muitas bobagens.
- o destino nos uniu e você não aceitou. me deixou sozinho.
- se você realmente acreditasse, saberia que o mesmo destino nos separou.
tomou seu último gole de cerveja, deu um beijo estalado no seu amigo e partiu atrás de um táxi.
23 de maio de 2011
andavam pelo parque e ele dizia que o sopro carrega a música, a solidão a compreensão e no meio do caminho completou sem pestanejar que o silêncio é necessário trazendo a reflexão. e depois de um momento breve de reflexão ele mesmo completou: acho que o silêncio te pertuba por nos revelar demais um ao outro.
e era certo. por isso ela permitira tanto tempo de silêncio entre os dois. ela havia se fechado nos últimos tempos. ele tentava faze-la perceber que não era preciso tanto.
pegaram as bicicletas e seguiram de volta. e ao chegar na porta de sua casa, ela o abraçou durante um tempo e permaneceram em silêncio. foi um abraço longo e sincero. ele partiu seguindo sua direção. ela sentou, o viu partir e percebeu que a distância, o tempo e o silêncio que ele havia proposto dois anos atrás começaram a fazer sentido depois daquele encontro inesperado.
ele havia proposto que se distanciassem um pouco, precisava ficar só. se isolar dos amigos. ela não questionou, eram amigos e aceitou. seria mais fácil, ela iria ser transferida no trabalho para o interior e ele estava com planos de viajar. só não pensou que seriam dois anos e que o afastamento seria tão forte. e muito menos que iriam se reencontrar de forma tão repentina e descobrir depois de algumas palavras que moravam próximos por pelo menos 9 meses.
e percebeu que o inusitado traria surpresas, mas seguiu sem pensar no amanhã...
e era certo. por isso ela permitira tanto tempo de silêncio entre os dois. ela havia se fechado nos últimos tempos. ele tentava faze-la perceber que não era preciso tanto.
pegaram as bicicletas e seguiram de volta. e ao chegar na porta de sua casa, ela o abraçou durante um tempo e permaneceram em silêncio. foi um abraço longo e sincero. ele partiu seguindo sua direção. ela sentou, o viu partir e percebeu que a distância, o tempo e o silêncio que ele havia proposto dois anos atrás começaram a fazer sentido depois daquele encontro inesperado.
ele havia proposto que se distanciassem um pouco, precisava ficar só. se isolar dos amigos. ela não questionou, eram amigos e aceitou. seria mais fácil, ela iria ser transferida no trabalho para o interior e ele estava com planos de viajar. só não pensou que seriam dois anos e que o afastamento seria tão forte. e muito menos que iriam se reencontrar de forma tão repentina e descobrir depois de algumas palavras que moravam próximos por pelo menos 9 meses.
e percebeu que o inusitado traria surpresas, mas seguiu sem pensar no amanhã...
28 de abril de 2011
∞
Morrer De Amor
Alaíde Costa
Andei sozinha
Cheia de mágoa
Pelas estradas
De caminhos sem fim
Tão sem ninguém
Que pensei até em morrer
Em morrer
Cheia de mágoa
Pelas estradas
De caminhos sem fim
Tão sem ninguém
Que pensei até em morrer
Em morrer
Mas vendo sempre
Que a minha sombra
Ia ficando
Cada instante mais só
Muito mais só
Sempre a caminhar
Para não
Mais voltar
Eu quis morrer
Que a minha sombra
Ia ficando
Cada instante mais só
Muito mais só
Sempre a caminhar
Para não
Mais voltar
Eu quis morrer
Então eu via
Que eu não morria
Eu só queria
Morrer de muito amor
Por ti
Que eu não morria
Eu só queria
Morrer de muito amor
Por ti
E hoje eu volto
Na mesma estrada
Com uma esperança
Infinita no olhar
Na mesma estrada
Com uma esperança
Infinita no olhar
Para entregar
Todo um coração
Que o amor escolheu
Para morrer
Morrer
De amor
Todo um coração
Que o amor escolheu
Para morrer
Morrer
De amor
29 de março de 2011
8 de março de 2011
heart
quando o coração aperta de verdade, só a vontade de fazer ele afagado não é suficiente. Dói, aperta, machuca e chega uma hora que não cura mais...
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