23 de maio de 2011

andavam pelo parque e ele dizia que o sopro carrega a música, a solidão a compreensão e no meio do caminho completou sem pestanejar que o silêncio é necessário trazendo a reflexão. e depois de um momento breve de reflexão ele mesmo completou: acho que o silêncio te pertuba por nos revelar demais um ao outro.

e era certo. por isso ela permitira tanto tempo de silêncio entre os dois. ela havia se fechado nos últimos tempos. ele tentava faze-la perceber que não era preciso tanto.

pegaram as bicicletas e seguiram de volta. e ao chegar na porta de sua casa, ela o abraçou durante um tempo e permaneceram em silêncio. foi um abraço longo e sincero. ele partiu seguindo sua direção. ela sentou, o viu partir e percebeu que a distância, o tempo e o silêncio que ele havia proposto dois anos atrás começaram a fazer sentido depois daquele encontro inesperado.

ele havia proposto que se distanciassem um pouco, precisava ficar só. se isolar dos amigos. ela não questionou, eram amigos e aceitou. seria mais fácil, ela iria ser transferida no trabalho para o interior e ele estava com planos de viajar. só não pensou que seriam dois anos e que o afastamento seria tão forte. e muito menos que iriam se reencontrar de forma tão repentina e descobrir depois de algumas palavras que moravam próximos por pelo menos 9 meses.

e percebeu que o inusitado traria surpresas, mas seguiu sem pensar no amanhã...