25 de setembro de 2008

Camaçari

Eu moro em Salvador há oito anos, quase nove. Nunca tinha estado em Camaçari. Quer dizer, já tinha ido sim, em Jauá, Arembepe, Guarajuba... mas na Sede, nunca. Já estou aqui há mais de dois meses. Não aguento mais. A cidade não tem nada pra passar o tempo. Na verdade aqui tem em grande quantidade miséria, muita miséria.

Estou "morando" no Splendor Hotel (leia com sotaque gringo, "isplendorrrr routel" hahahaha). Meu quarto tem uma cama de casal e uma de solteiro. Um banheiro, só com uma parte do box (afinal, pra que fechar a porta do box na hora de tomar banho?), uma mini pia, mini janela, frigobar, televisão 20", ar condicionado, botãozinhos pra ligar luz, tv e ar. Aí eu pergunto, pra que algumas coisas como botãozinhos e porque não temos outras, como pano de chão todos os dias e porta para fechar o box?

As histórias do Splendor Hotel dão um curta, um longa, uma livro...

22 de setembro de 2008

FELICIDADE

Em 2000 minha vida tomou outro rumo. Morava em São Paulo há 7 anos, após nascer em Goiânia, viver a vida inteira em Salvador (sabendo que "a vida inteira" eram 9 anos), quando decidi que iria voltar pra "terra dos encatos e axés". Pois bem, decidido assim, de uma hora pra outra, com o intuito de passar primeiro 6 meses, me mandei pra Bahia. M-A-R-A-V-I-L-H-A!

Meu pai acabava de se separar da sua segunda esposa, eu no terceiro colegial e o Ti, meu irmão que veio também, no primeiro ano de faculdade. Posso dizer que curti muito esse ano de 2000. Conheci muitas pessoas bacanas, tive experiências novas, morei sozinha com meu pai, badalei bastante. Mas por outro lado, acabei ficando sem referências em relação as amizades.

Morei 9 anos da minha vida em Salvador, de 9 meses a 10 anos. Tinha muitos amigos, conhecia a família, brincava e contava meus segredos. Fui-me embora pra São Paulo com minha mãe. Terra nova, pessoas novas, caos novo, sotaque estranhamente novo, tudo novo. Durante uns 3 anos, toda vez que vinha visitar meu pai nas férias eu encontrava com as minhas amigas. Nós escreviamos cartas umas pras outras, que chegavam com gostinho de saudade via correio. Mas como tudo e qualquer coisa (!) o tempo e a distância viraram empecilhos.

Aí eu fui aceitando mais São Paulo, porque eu me sentia naquele momento uma menininha sozinha, sem amigas, sem ter pra quem contar meus segredos, minhas aflições (afinal meus pais tinham acabado de se separar!). Repeti a 5ª série, por tristeza, revolta, me transformei numa menininha problema, que adorava ser do contra (se sou assim ainda, é reflexo dessa época, rs), falar coisas feias para pessoas que só queriam o meu bem, eu sei. Era advertência atrás de advertência, suspensão... E fiz amizades nessa época na escola que estudava, o CEB. Amizades que hoje, depois de 8 anos e meio de volta a Salvador, continuam existindo. Com sua falta de rotina, pela distância e tal, mas com um carinho enorme. E por isso eu comecei a escrever esse post.

Das amigas que tenho no meu coração, em São Paulo, a Pa eu sempre consiga ver, mesmo não tendo visto da última vez que fui, ela me perdoou (né, Pa? rs). Mas a Carol, faziam 5 anos que não nos viamos. A última vez foi quando em 2003, me visitar. Mesmo assim nos vimos por pouco tempo, porque ela foi pra Itacaré. Putz! 5 anos sem ver a Carol, quanto coisa teríamos pra conversar quando nos vissemos. E fui pra São Paulo com o compromisso comigo mesma, de ver a Carol de qualquer forma. E vi. Apesar de pra cosneguir sair de casa foi um estresse, porque na hora de sair uma abelha miserável pica o meu filhinho. Meu Jah, vou encontrar a Carol, depois de 5 anos, um filho e agora mais um, só que dela. Foi lindo, conversamos enquanto eu tomava um chopp e ela suco, na Vila Madalena, num bar de playboy, que definitivamente não é nossa cara, mas foi muito bom!

Estou morando em Camaçari há mais de dois meses, num quartinho de hotel. Na sexta senti uma vontade enorme de falar com a Carol, sei lá, senti que era a hora dela. E era. Ela não atendeu. A nossa Iarinha estava nascendo, sorrindo pra minha amiga que agora também é mamãe. E a Carol é minha amiga de São Paulo, do CEB. Que eu amo. E desejo a mais pura felicidade que possa existir, porque o seu coração é puro e a sua alma cheia de doçura e carinho. Eu te amo Carol! E já amo a nossa pequena Iara!

M.