22 de janeiro de 2008

Lá, lá, lá

São Paulo. Pra muitos um sonho, pra outros uma saída, pra mim passado, presente e futuro.

1993. Terra da garoa. Cidade cinzenta, alta, movimentada. Tour de ônibus
pela cidade. Centro, Memorial, Obelisco, Ibirapuera... Legal, dentre as saídas, a melhor seria aceitar.

Engraçado que cheguei com 10 anos, fiz 11 no começo do ano. Tradição já era eu fazer festa, todos os aniversários até então tinham sido assim. O anterior tinha sido no Zook Santana, um bar que nunca deu certo no Rio Vermelho, mas minha festa foi massa. Luz negra, vestido novo, música. A baianinha de 10 anos.

"Vai ser bailinho ou festinha?"
"Hã? Como assim? Vai ser uma festinha com bailinho? Sei lá! - eu pensava."

5ª A e 5ª B, deviam ser uns 40 coleguinhas. Foram vários, foi engraçado, minha mãe fez ponche (a primeira vez da tradição que o ponche virou), com uma taça de vinho. A luz apagada, salgadinhos, docinhos, presentes, parabéns - chegou a hora de apagar a velinha... ops! ninguém conhece isso? eu sou doida?

Várias tradições, sempre ter festa, fazer ponche, ganhar muito presente e receber muitos convidados. Ganhei um cd do Rolling Stones, com o parêntese de que não tinhamos aparelho com cd ainda, voodoo lounge, da banana. Até hoje não sei quem me deu, mas hoje analiso, deve ter sido assim a situação:

-Mãe, é aniversário de uma menina lá da escola. Uma baiana que entrou esse ano.
-Mas você não avisou, não tem presente, diz que dá depois, que ela nem vai lembrar...
-Filho, leva esse cd aqui que é bom.

Eu tive durante muito tempo, até que arranhou.

15 anos depois e um filho de 4 anos.

A pró de natação fala pra mim:

-Theo tava cantando uma música na piscina e eu disse que era da minha época e quem tinha ensinado a ele e ele disse que foi o pai e a mãe dele.

Era Secos e Molhados. Nada como ter boa referência musical desde pequeno...